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Abordagens inovadoras no envolvimento da diáspora: i-platform/i-dijaspora conectando a diáspora da Bósnia e Herzegovina na Suíça

AIDA IBRIČEVIĆ  |  23 JUNHO 2021  |  EDIÇÃO 15  |  TRADUZIDO DO INGLÊS

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Em 2018, i-platform organizou a série de eventos (H)AJMO! Em Berna e Zurique, Suíça. Fonte: i-dijaspora/i-platform

“i” é um conectivo

“O conectivo bósnio/croata/sérvio “i” (significando “e” em português) no nosso nome significa conectividade, inclusividade, união. O “i/e” no nosso nome se refere a nós na diáspora “e” a nós na Bósnia a Herzegovina (BiH), a nós aqui “e” a nós lá. Com essa abordagem de conexão, ligamos questões relacionadas à economia “e” cultura, igualdade de gênero “e” cooperação científica, conservação ambiental “e” representação política. Nós simplesmente nos opomos a divisões e, em vez disso, queremos criar redes. Queremos conectar pessoas”, responde Nikola Burić , CEO da i-platform/i-dijaspora, quando perguntado sobre o “i/e” no nome. Nikola ainda explica: “Acima de tudo, somos uma rede, guiados pelos princípios da construção de redes, onde desenvolver laços humanos fortes e construir confiança são priorizados. 


 

Diáspora da Bósnia e Herzegovina na Suíça

De acordo com a pesquisa de 2014 feita pelo Fórum Suíço para Estudos de Migração e População (SFM) da Universidade de Neuchâtel, mais de 60.000 emigrantes originários de BiH moram e trabalham na Suíça. Pessoas chegaram na Suíça vindas da BiH em três ondas separadas de imigração, onde a primeira e segunda ondas (anos 1960 e 1980) foram principalmente de trabalhadores, enquanto a terceira e mais numerosa onda de refugiados foi causada pela guerra de 1992-95 na Bósnia e Herzegovina. Nikola Burić discute o papel da i-dijaspora/i-platform na vida da diáspora da BiH na Suíça: “A organização i-diaspora foi fundada em 2014 e é do tipo semi-aberto, já que existem vários procedimentos para se tornar um membro. Depois de dois anos de operações bem sucedidas e incontáveis encontros bilaterais e multilaterais com várias instituições, ficou claro para nós que precisávamos de uma plataforma maior, uma rede com uma adesão mais ampla. Em 2016, lançamos um projeto de ampla adesão para indivíduos, instituições, ONGs e empresas”. Em seguida, a rede i-dijaspora/i-platform se juntou à Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação (SDC) para criar uma plataforma autossustentável com o objetivo principal de fortalecer a cooperação econômica, educacional, cultural e social entre a Bósnia e Herzegovina e a diáspora da BiH na Suíça.


 

A crise de COVID-19 como oportunidade: conectando a diáspora da BiH on-line

Conectividade transnacional aumentada resultando da crise de COVID-19 foi vista como uma oportunidade real pelos membros da i-dijaspora/i-platform. Dos primeiros lockdowns em diante, eles começaram a desenvolver abordagens inovadoras para conectar a diáspora da BiH na Suíça com a terra natal, assim como a diáspora da BiH no mundo todo. Como Nikola Burić explica: “Antes da crise de COVID-19, fizemos vários fóruns, eventos culturais, cursos de verão, intercâmbios estudantis presenciais – tivemos eventos onde as pessoas podiam se encontrar e compartilhar experiências. Pudemos então apoiar iniciativas e ideias criadas dentro dessas interações. Paradoxalmente, enquanto estávamos todos presos em casa na Suíça e em BiH, uma oportunidade excelente surgiu: a oportunidade de nos conectarmos on-line com nossa diáspora espalhada pelo mundo todo”. Usando as maravilhas da TIC, os diálogos da diáspora e encontros para comunidades locais da BiH e uma série de eventos temáticos on-line foram criados.

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Cortesia de i-dijaspora/i-platform.

 

Diálogos da diáspora: saindo, chegando e pertencendo

 

Diálogos da diáspora constroem comunidades usando um “formato de diálogo” fixo desenvolvido por Katalin Hausel, uma artista, designer e educadora húngaro-suíça, em cooperação com Collaboratio Helvetica. Os diálogos da diáspora discutem experiências de deixar a terra natal, a chegada na Suíça e a criação do pertencimento em ambos os países. O formato do diálogo se baseia em questões introspectivas, como “Quem sou eu?”; “Do que sinto falta?”; “A que lugar pertenço?”; “Como me tornei quem sou hoje?”; “Onde me sinto em casa?”; “O que é lar?”; “Pertencimento, que tipo de sentimento é esse?”; “Onde me sinto em meu corpo?”. Os participantes do diálogo dão respostas individuais a essas questões em pares, e então trocam suas observações com o grupo. Os princípios básicos do diálogo são falar com intenção e ouvir com atenção; trocar aconselhamento por curiosidade intelectual; e criar um ambiente seguro e estimulante onde todos os participantes se sintam seguros para revelar suas vulnerabilidades.

 

Encontros para comunidades locais

Em vez de ver a diáspora como um todo monolítico e de alguma forma abstrato, uma abordagem translocacional sugere a existência de muitas diásporas diversas, focadas no pertencimento de comunidades pequenas e locais. Reconhecendo a realidade de muitas diásporas diferentes, o i-dijaspora/i-platform organizou encontros virtuais para diásporas do mundo todo de cidades da BiH: Zenica, Živinice, Bijeljina e Kladanj. Em conversa com Dalida Karabdić, representante da -dijaspora/i-platform em Kladanj, soubemos que o modelo de Kladanj de envolvimento da comunidade local se provou bem sucedido. “De outubro do ano passado até hoje, tivemos nove encontros on-line com a ideia básica de reconstruir confiança mútua com a diáspora de Kladanj. Como uma pequena comunidade local de aproximadamente 13.000 habitantes, temos a maravilhosa oportunidade de cooperar com a nossa diáspora, de construir um grande time. Queremos trabalhar juntos – famílias em Kladanj e famílias no exterior, indivíduos, instituições educacionais, culturais e esportivas, assim como a Municipalidade de Kladank, com a qual um Memorando de Cooperação foi assinado. Uma vez que somos uma comunidade muito unida, a maioria se conhece bem, e é comum que alguns membros de uma família vivam em Kladanj, enquanto outros podem estar nos EUA, Suíça, Itália, França ou Alemanha. Esse tipo de envolvimento da diáspora é pessoal, próximo e, acima de tudo, baseado em confiança”, disse Karabdić.


 

Encontros on-line da diáspora, noites literárias e eventos temáticos

 

Para aproveitar oportunidades para envolvimentos da diáspora altamente específicos, a i-dijaspora/i-platform organizou discussões online sobre uma variedade de tópicos como bilinguismo, conservação ambiental, assim como noites literárias e uma conferência sobre democracia deliberativa. “Somos uma rede e tentamos encorajar as pessoas a oferecerem seu conhecimento e experiências, para que todos possamos nos beneficiar. Nossa base conjunta de recursos é impressionante, e nossa abordagem é baseada em auto-organização e auto-gerenciamento, porque se nós não agirmos, então quem vai? Se não agora, então quando?” As palavras conclusivas de Nikola Burić apontam para a urgência do envolvimento da diáspora e para as extraordinárias oportunidades oferecidas pela crescente digitalização de tal cooperação.

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Aida Ibričević

Dr Ibričević é uma pesquisadora independente de estudos da migração e diáspora baseada em Saravejo, Bósnia e Herzegovina, afiliada como Global Fellow ao Centro de Migração no Instituto de Pesquisa da Paz de Oslo (PRIO), Noruega, e Research Fellow no Centro para Estudos da Diáspora na Escola de Ciência e Tecnologia de Saravejo. Sua pesquisa mais recente foca em retorno e reintegração, o nexo entre cidadania, lar e pertencimento, voto no exterior, e em emigração altamente qualificada. Aida ofereceu serviços de consultoria para várias agências de desenvolvimento internacionais, incluindo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Agência para Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID). Ela também é revisora para vários periódicos acadêmicos internacionais. Seus diplomas de bacharelado e mestrado são em Economia pelo Middlebury College, Estados Unidos, e na Central European University, Hungria. Seu doutorado é em Ciência Política da Istanbul Bilgi University, Turquia.

Para mais informações e contato, visite https://www.linkedin.com/in/aidaibricevic/ e https://www.researchgate.net/profile/Aida-Ibricevic 

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This article is part of the issue ‘Empowering global diasporas in the digital era’, a collaboration between Routed Magazine and iDiaspora. The opinions expressed in this publication are those of the authors and do not necessarily reflect the views of the International Organization for Migration (IOM) or Routed Magazine.

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