top of page

A diáspora AEMRN: Reduzindo o fosso digital e a lacunas de conhecimento entre os países do sul e do norte global e entre os países do Sul por meio de tecnologias digitais inovadoras

CHARLES EDWARD LAHAI SENESSIE |  23 JUNHO 2021  |  EDIÇÃO 15  |  TRADUZIDO DO INGLÊS

Charles Senessie AEMRN - fig1 logo.png

Logotipo da AEMRN.

As comunidades da diáspora, constituídas por pessoas que vivem fora dos seus países ou continentes de origem, são uma força cada vez mais influente nas sociedades de proveniência, para as quais contribuem através da transferência de diversos recursos (humanos, materiais e financeiros). Esses esforços e iniciativas buscam complementar os esforços da governação local e dos setores de prestação de serviços para melhorar a vida de seus compatriotas menos afortunados.

 

Portanto, foi com essa visão que a Rede Médica e de Pesquisa Afro-europeia (AEMRN) foi fundada em 2006 em Berna, na Suíça, por um migrante da Serra Leoa, o Dr. Charles Senessie. Esta rede da comunidade da diáspora, acreditada pelo Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), visa reduzir as diferenças de conhecimentos entre os países do Norte e do Sul global, assim como entre os países do Sul. 

 

Gerar e partilhar informação bem fundamentada, baseada em provas e com aceitação local é muito inspirador e, quando essa informação é convertida em conhecimento, pode ser um poderoso catalisador para reforçar e promover mudanças comportamentais e outras. Os membros da AEMRN, incluindo representantes de todos os continentes ao redor do mundo, contribuem com seu conhecimento e experiência com o objetivo de melhorar a qualidade de seu trabalho e beneficiar as pessoas com as quais interagem, independentemente das suas raças, crenças e origens sociais.

 

Charles Senessie fig 2.png

AEMRN à volta do mundo.

 

A nossa visão para a AEMRN é servir como uma plataforma onde profissionais ativos de disciplinas como a educação, a saúde pública e a medicina clínica, a engenharia, a enfermagem, a obstetrícia, bem como grupos religiosos e da sociedade civil, possam interagir através de diversas iniciativas. Entre estas estão as conferências através da internet nas quais os participantes compartilham competências e conhecimentos, fomentando o intercâmbio cultural e promovendo a paz global enquanto contribuímos para os nossos continentes e países de origem.

 

Promovemos a troca de informações, conhecimentos, competências e experiências em benefício das comunidades locais por meio de várias tecnologias de informação e comunicação (TIC), estimulando assim os membros da AEMRN e outros a pensar localmente e a agir globalmente. À medida que tecnologias (TIC) inovadoras e avançadas transformam o mundo numa 'aldeia global', a diáspora da AEMRN organiza regularmente sessões de educação virtual para que as nossas comunidades proactivas beneficiem do conhecimento e experiência de especialistas de todo o mundo.


 

Metodologia

 

Juntamente com os nossos colegas em países de baixo e médio rendimento, que continuam a ampliar os seus conhecimentos tendo em vista a melhoria da saúde, os membros da AEMRN na diáspora têm usado tecnologias de e-learning simples e de baixa resolução, como o Elluminate, e outras tecnologias mais avançadas, como o Microsoft Teams, Zoom, WhatsApp, Skype, Webex e a Comunidade de Prática EZcollab da AEMRN e da Organização Mundial da Saúde (OMS), para conectar indivíduos e instituições de diferentes países. Estes colegas estão dispostos a aprender uns com os outros e a partilhar os seus conhecimentos para que, juntos, possamos enfrentar os nossos desafios, especialmente em tempos difíceis de surtos pandémicos como o Ébola e o atual COVID-19. 

Estas ferramentas também foram usadas para a angariação de fundos durante as crises humanitárias anteriormente mencionadas e também noutras, como no deslizamento de terra na Serra Leoa em 2017, bem como para o apoio psicossocial tão necessário após este tipo de catástrofes.

 

Charles Senessie AEMRN fig 3.png

Apoiando as novas gerações na partilha e troca de conhecimentos. Fotografia gentilmente cedida por AEMRN.

 

Consequentemente, estas ferramentas ajudam a melhorar consideravelmente os projetos que realizamos nas nossas comunidades, especialmente quando não as podemos visitar facilmente nem interagir fisicamente com elas, como costumávamos fazer quando tínhamos clínicas móveis. Desta forma, continuamos a ser capazes de transmitir conhecimento – um dos principais legados sociais que lhes deixamos enquanto complementamos os seus esforços. Conectamo-nos com os nossos membros, que se encontram em países de todos os continentes do mundo, otimizando os nossos esforços de forma a maximizar os nossos resultados. 


 

Monitorização e avaliação

 

A equipe da AEMRN, liderada por uma unidade especial de monitorização e avaliação, examina regularmente os nossos esforços e intervenções para que aprendamos com os nossos desafios e possamos progredir com as nossas vitórias, no sentido de beneficiar as comunidades mais difíceis de alcançar. Também nos concentramos nos jovens, que serão os futuros líderes de amanhã, tendo em mente que a juventude é um estado de espírito e não uma condição física.


 

Conclusão

 

As nossas experiências confirmam continuamente que a partilha de informação mediante abordagens inovadoras, incluindo parcerias Norte-Sul e Sul-Sul, pode influenciar positivamente a prestação de cuidados de saúde e outros esforços humanitários, criando sinergias com vista à obtenção de melhores resultados e garantir a sustentabilidade das nossas iniciativas. Encorajamos toda a gente a aderir e/ou a criar iniciativas semelhantes, sob o lema da AEMRN: “Juntos podemos conseguir”.

 

Charles Senessie.JPG

Charles Senessie

Dr. Charles Senessie, é doutor em medicina (Universidade da Serra Leoa), tem uma pós-graduação em Epidemiologia (Universidade de Londres), mestrado em Dermatologia (Universidade de South Wales, Reino Unido) e doutoramento em (Ciências da Saúde) Investigação e Educação em Saúde Internacional (Califórnia, EUA) e está a concluir um segundo doutoramento em Epidemiologia e Saúde Pública (Universidade de Walden, EUA). Trabalha como médico para o Governo Federal da Suíça e também no sector privado, e vive com a sua família em Berna, a capital federal da Suíça. Fez vários serviços de consultoria para a sede da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra.

Faz parte da diáspora originária da Serra Leoa, na África Ocidental. O Dr. Senessie apareceu juntamente com o ex-presidente Obama, o reverendo Jesse Jackson, a Oprah Winfrey, entre outros, no livro intitulado The Most Influential Contemporary African Diáspora Leaders (Os lideres contemporâneos mais influentes da diáspora africana). Em 2019, recebeu o prémio dos 100 melhores líderes do sector sanitário, atribuído pelo Fórum Internacional dos EUA, por avanços nos cuidados de saúde.

puerro largo.png

This article is part of the issue ‘Empowering global diasporas in the digital era’, a collaboration between Routed Magazine and iDiaspora. The opinions expressed in this publication are those of the authors and do not necessarily reflect the views of the International Organization for Migration (IOM) or Routed Magazine.

iDIASPORA logo.jpeg
white banner FIXED shorter.jpg

Outros artigos

Abdul-lateef Awodele.jpg

Orientação através do Twitter e divulgação médica digitalizada dos médicos nigerianos transnacionais para o seu país de origem durante o COVID-19

Jihad Alabdullah - Manzoul.png

A experiência da organização Manzoul no uso da tecnologia digital para apoiar a diáspora síria

HT

A migração regular é realmente mais segura para os migrantes? As armadilhas da migração “regular” como migração “segura”

bottom of page